sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Tudo sobre AUDIO SURROUND








Certamente, você já viu os nomes e os logotipos de diversos processamentos surround estampados no gabinete de algum receiver ou Blu-ray player. E se o modelo for 7.1 canais, o número de simuladores e de padrões de áudio multicanal aumenta. Novas opções surgiram ainda com a chegada do formato Blu-ray. Descubra, a seguir, para que servem (e onde estão presentes) os principais processamentos e saiba como aproveitar melhor o som do seu sistema.



O QUE É?
Evolução do Dolby Pro-Logic (4.0), o processamento DPL II consegue extrair 5.1 canais a partir de fontes estéreo, como CDs de música, fitas VHS e canais de TV. Sua versão mais atual é o DPL IIx, que é capaz de simular 7.1 canais a partir de sinais estéreo e DVDs 5.1. Os dois formatos contam com as opções Music (para shows em DVD e CDs) e Movie (para filmes).

ONDE ENCONTRAR?
Assim como os modos Dolby Digital 5.1, Dolby Digital EX, DTS 5.1, DTS-ES e DTS Neo:6, estão presente em receivers, processadores, sistemas integrados e algumas placas de áudio para computadores.

APLICAÇÃO:
O modo Music é eficiente na reprodução multicanal, a ponto de superar até mesmo o DD 5.1, principalmente se a trilha 2.0 ou PCM (padrão para CDs de áudio) estiver melhor mixada. Permite boa reprodução de graves, principalmente em música pop, além de uma correta ambiência (característica que ajuda a recompor a sensação de realidade) e detalhamento sonoro. O áudio, às vezes, dá ênfase ao canal central. É também plenamente convincente na reprodução de filmes em DVD ou de TV aberta/paga (desde que o sinal transmitido seja estéreo). Caracteriza-se por disponibilizar uma equilibrada distribuição dos sons por todos os canais, principalmente em sistemas 7.1, provando que o upgrade para DPL IIx foi uma das melhores sacadas da Dolby.



O QUE É?
Trata-se do formato mais difundido e encontrado nos títulos em DVD. Pode ainda estar presente em discos Blu-ray e em alguns arquivos baixados da internet.

APLICAÇÃO:
Garante detalhamento e envolvimento na hora de ouvir música, desde que não se exagere no volume dos canais surround. A região média (vozes) é geralmente reproduzida com clareza e precisão. Mas pode ocorrer falta de peso e impacto, principalmente com instrumentos de percussão. Com boas gravações em DVD, o padrão mostra todo o seu potencial, proporcionando uma impressionante profusão de sons por todos os lados.



O QUE É?
Upgrade do DD 5.1, o DD EX pressupõe a gravação de uma trilha exclusiva para o terceiro canal surround. O objetivo é conseguir um melhor envolvimento sonoro em grandes ambientes, equipados com três ou quatro caixas traseiras (sistemas 6.1 e 7.1 canais). Infelizmente, poucos DVDs oferecem áudio 6.1. Na lista, estão 007 – Um Novo Dia Para Morrer, Monstros S.A. e as séries Star Wars e O Senhor dos Anéis.

APLICAÇÃO:
É um formato para filmes, e o maior envolvimento proporcionado pelo canal traseiro adicional procura nos colocar virtualmente no centro da aventura, dando a sensação de que os sons (tiros ou portas rangendo, por exemplo) estão realmente ocorrendo dentro da sala. Curiosidade: alguns filmes codificados em DD EX ainda trazem excelente mixagem no canal LFE (exclusivo para sons graves), fazendo com que o subwoofer atinja altos níveis de pressão sonora nos momentos certos.



O QUE É?
Até o surgimento do Blu-ray, o DTS 5.1 era considerado o melhor modo surround. O maior bit-rate (taxa de transferência) e a mixagem, efetuada com 4dB acima do padrão Dolby, garante a ele maior impacto e pressão sonora.

APLICAÇÃO:
Ótimo para reprodução musical, apresenta vozes cristalinas, instrumentos encorpados e excelente distribuição por todos os canais. Demonstra também sua força em filmes, principalmente nas seqüências recheadas de explosões e perseguições, momentos em que os canais surround desfilam competência. Ainda é o mais completo para o grande público, batendo com folga o já bom Dolby Digital.


O QUE É?
Se o DTS já é superior na versão 5.1, o acréscimo de um terceiro canal traseiro levou ainda mais diversão ao home theater. Afinal, com informações próprias para serem reproduzidas por uma (ou duas) caixa(s) acústica(s) extra(s), seu sistema pode ser transformado num legítimo 6.1 (ou 7.1) canais. A exemplo do Dolby Digital EX, são igualmente raros os títulos com mixagem em DTS-ES, mas vale a pena ir atrás deles.

APLICAÇÃO:
Upgrade do tradicional DTS 5.1, é natural que o DTS-ES evidencie as vantagens do canal traseiro adicional, aumentando a sensação de envolvimento.


O QUE É?
Grande rival do Dolby Pro-Logic II/IIx, é capaz de extrair até 6.1 canais a partir de fontes estéreo e DVDs 5.1. Também apresenta modos especiais para música e filmes.

APLICAÇÃO:
Mesmo no modo Music, gera alterações nos timbres das vozes (sons analasados), o que torna esse processamento pouco indicado para música. Também é possível notar uma certa valorização das altas freqüências nos canais frontais, reproduzindo um áudio ligeiramente estridente em relação ao do DPL II/IIx. Por outro lado, oferece amplo palco sonoro (sensação de estar de frente para o palco de uma sala de espetáculos, com sons vindos de todos os lados), com maior largura e altura. Em certas cenas de DVDs, o espectador tem até a impressão de que a gravação traz 6.1 canais independentes. Mas cuidado com o volume do subwoofer, que pode se mostrar exagerado em alguns momentos, exigindo intervenção. No geral, é inferior ao Dolby Pro-Logic II/IIx.


O QUE É?
Aqui, ao contrário do que ocorre nos modos DPL II/IIx e DTS Neo:6, não há simulação digital dos demais canais, mas sim a divisão igualitária do som estéreo por todas as caixas acústicas. Dessa forma, o som que sai pelas demais caixas é exatamente o mesmo dos canais frontais. O nome desse processo varia de acordo com o fabricante: a Onkyo utiliza “All Ch Stereo” e a Denon “5CH/7CH Stereo”, por exemplo.

ONDE ENCONTRAR?
Receivers, processadores e alguns sistemas integrados.

APLICAÇÃO:
O desempenho geral será ditado basicamente pelo sistema de caixas acústicas. Por isso, todo o conjunto deve acompanhar o mesmo padrão. Na reprodução musical, é capaz de preencher a sala de forma natural, sem os artifícios comuns aos demais processamentos digitais. Preserva, quase que integralmente, as principais características contidas no sinal original em estéreo. É uma das melhores opções para se ouvir música multicanal. Esse modo surround também pode proporcionar boas melhoras no som dos canais de TV, até mesmo nos casos em que a programação é transmitida em mono.



O QUE É?
É uma etapa de pós-processamento, que pode ser aplicada sobre qualquer outro modo surround existente. Trata-se de uma re-equalização sonora planejada pela LucasFilm, que atua sobre os convencionais DD e DTS. Num receiver com certificação THX, você pode escolher entre curtir as trilhas DD e DTS tradicionais contidas no disco DVD, ou ainda ouvi-las adicionando o processamento THX, que oferece os modos Cinema ou EX (este último destinado à reprodução em 6.1 canais).

ONDE ENCONTRAR?
Receivers, processadores e sofisticadas placas de áudio para computadores.

APLICAÇÃO:
É um formato 100% dedicado à reprodução de filmes, que não se sai bem com música – o som fica apagado e abafado, resultado da re-equalização que atua nas altas freqüências. Mas, ao acrescer o processamento THX em filmes, o peso sonoro torna-se impressionante. Parece até que o subwoofer e as demais caixas “dobram” de tamanho e volume, passando a real sensação de ouvir os mesmos timbres sonoros apreciados em boas salas de cinema.



O QUE É?
Grande evolução do Dolby Digital (5.1 canais), o DD+ pode conter até 14 canais de áudio e foi criado para o formato Blu-ray. Pode ainda ser utilizado em transmissões da TV digital. Um dos segredos de sua elevada qualidade está no aperfeiçoamento algoritmo de compressão, que aliado à alta taxa de transferência do sinal (bit-rate) permite atingir taxas incríveis de 6.144Mbs (são apenas 640Kbs no Dolby Digital convencional).

APLICAÇÃO:
O uso do DD+ está limitado aos discos Blu-ray. O novo formato requer o uso de decodificadores específicos, que só agora começam a aparecer em alguns receivers à venda lá fora. Para curtir o formato DD+ nos dias de hoje, só mesmo via HDMI ou fazendo uso das saídas 5.1 discretas do player – o aparelho internamente decodifica os sinais, que são enviados em formato PCM, sem compressão, para as saídas citadas. Em nossos recentes testes com players Blu-ray, pudemos conferir o excelente potencial do DD+ na reprodução de filmes e músicas. A qualidade de áudio revela ótimo envolvimento e competente reprodução de microdetalhes, superando o conhecido Dolby Digital.



O QUE É?
Também destinado aos discos Blu-ray, é o processamento multicanal mais avançado da Dolby. Emprega uma versão do conhecido processo MLP (Meridian Lossless Packing), utilizado no DVD-Audio. Caracteriza-se por ser um formato sem compressão e perdas (lossless), que trabalha com bit-rates elevadíssimos – pode chegar a 18Mbs em até 8 canais de áudio com resolução de 24 bits e amostragem de 192kHz. Para apreciá-lo em sua forma mais pura, sem conversões ou downsamplers digitais, é necessário dispor da interface HDMI 1.3, algo ainda raro nos equipamentos de áudio e vídeo.

APLICAÇÃO:
A exemplo do DD+, está limitado aos discos Blu-ray. Seu grande fluxo de dados, por enquanto, inviabiliza o armazenamento e a transmissão por qualquer outro tipo de mídia e aparelho. Como ainda não estão disponíveis no País receivers ou processadores externos dotados de decodificadores DD TrueHD, todo o processamento ocorre dentro do player. Assim, após decodificar o sinal, este é convertido para o formato PCM e posteriormente enviado às saídas analógicas ou digitais, sendo possível constatar considerável ganho em relação aos modos surround convencionais. Oferece ainda excepcional qualidade de áudio na reprodução musical em alta fidelidade. O som resultante é consideravelmente mais limpo e detalhado, sob medida até para o público high-end.


O QUE É?
Concorrente direto do DD TrueHD, suporta até 8 canais de áudio (7.1) e apresenta qualidade e desempenho equivalentes. Trabalha com resolução de 24 bits (96kHz) e bit-rate de até 24Mbs, sem perdas e compressão (lossless). Também necessita da interface HDMI 1.3 para ser carregado em formato 100% digital.

APLICAÇÃO:
Filmes e musicais oferecidos em mídias Blu-ray. Aqui, a tradicional vantagem da DTS sobre os processamentos Dolby já não fica evidente: ambos apresentam desempenho similar, principalmente em filmes. Na reprodução musical, confirma-se o impecável desempenho de seu irmão mais velho (DTS 5.1), com áudio cristalino e extremos muito bem definidos e controlados. A exemplo do DD TrueHD, tem tudo para fazer a cabeça do público audiófilo num futuro próximo.


*Texto publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL

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